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ARTIGOS: Filosofia da Ciência




A Vida, na Perspectiva dos Processos

O artigo a seguir é referenciado no texto “O que é vida?” de Lynn Margulis e Dorion Sagan. Se olharmos ao nosso redor, veremos terra, pedras, folhas, troncos; sentiremos o vento soprando e virando as nossas páginas; atentaremos para uma pequena aranha, uma pequena vida, caminhando nas costas de nossas mãos. A nossa pele separa o nosso eu do restante do universo, mas também pode ser um “plug” que nos conecta e nos faz interagir. A vida acabaria sendo explicada pela física e pela química, como mencionado no texto aqui discutido; tudo faz sentido por meio do raciocínio científico, e não vemos outra forma concreta de responder a nossas perguntas.

Segundo uma síntese do texto citado, a vida é incrivelmente limitada do fundo dos oceanos ao final da atmosfera terrestre, presa a um planeta que pertence à periferia do cosmo, e mesmo assim, aquela nos faz capazes de desenvolver até tal pensamento egocêntrico de conhecimento. Se pensarmos nas ciências de hoje, em suas definições e experimentos, vida é um complexo arranjo orgânico. Átomos inorgânicos que se encontraram, que interagiram, que realizaram ligações e não “querem” as desfazer,as moléculas lutam para manterem as suas ligações, e para isso se organizam de forma a jamais se extinguirem. Para que isso seja possível, o mais viável é fazer com que mais átomos se tornem moléculas como as que já existem, assim surgindo os arranjos multiplicadores, RNAs e, posteriormente, DNAs. Em síntese, a vida é um mecanismo de replicação, de produção de mais quantidades dela mesma. O grau de complexidade que isso assumiu não importa, um ser humano e uma archaebactéria cumprem muito bem o mesmo papel de manter as suas moléculas com as suas respectivas interações. Estes mecanismos são diversos, mas compartilham os mesmos “desejos” de suas moléculas ancestrais, podem a fazer por simples cópias de si mesmos, ou viverem para o sexo, realizando as cópias e incluindo o intuito de aprimoramento das espécies e, concomitantemente, das ligações de suas moléculas.

A comparação da vida com um fractal, dada no texto “O que é vida” – “Os fractais, que são belos por sua delicadeza e surpreendentes em sua evidente complexidade” -, é muito feliz, nos dá também esta nítida explicação ao complexarmos a vida como uma forma infinita de arranjos e rearranjos neste universo mutável.

Uma alusão ao mecanicismo feita no texto, fala que não é necessária uma consciência aos movimentos que ocorrem na vida, tudo poderia já estar intrínseco, ser colocado de alguma forma dentro do organismo, e que coisas vivas poderiam ser construídas. Esta frase concorda e muito com a idéia dita aqui a respeito das origens inorgânicas da vida. Já o animismo também citado no texto, concorda de alguma forma com a idéia que darei logo nos próximos parágrafos, de que tudo tem vida.

Olhando pelo lado de como a vida surgiu, veremos que tudo dependeu de uma série perfeita de acontecimentos, de encaixes. Basta compararmos o nosso Sistema Solar inteiro, todas as condições apontam para a Terra como o planeta que carrega a vida, e quando houve o surgimento, o momento em que a partir dele se desencadeou toda a existência, todos os fatores necessários estavam ali, na superfície terrestre. Esta é uma idéia bem aceita e defendida no texto referência, que fala sobre a dependência que a vida tem do Sol, um astro, um ingrediente na receita, indispensável para toda a existência da Terra e de como esta se encontra hoje.

É difícil acreditar que uma massa enorme de poeira de uma supernova que se resfriou por bilhões de anos, tenha dado origem a seres pensantes que tentam hoje acelerar partículas para desvendar o surgimento do universo e da vida como ela é. Olhar a Terra como o planeta azul, único portador da molécula inorgânica que dá a vida, H2O, único abundante em oxigênio devido à grande atividade dos seres vivos nele presentes, faz-nos pensar, assim como no texto, no nosso planeta não como o portador da vida, mas sim, como um organismo vivo, ativo, pois tudo nele torna a vida possível, sendo ele o maior responsável por ela.

Não há uma resposta exata para o que é vida, sabemos que ela evoluiu segundo os princípios do Dawinismo e que desenvolveu ramos muito altos. Provavelmente a resposta está mais próxima do micro; da célula, esta última como sendo a menor unidade da vida, como no texto base; próxima do organismo replicador, das moléculas que mantêm suas interações, do organismo vivo que é o planeta Terra.

Se nos remetermos à idéia de vida em outro planeta, mesmo sendo um tanto quanto distante a caracterização de outro organismo vivo como a Terra, com todos os seus processos exclusivos, veremos que de certa forma faz sentido uma esperança de outras espécies de vida.

Não nos diferenciamos tanto assim de matérias como as pedras e metais, discordando do texto discutido. A vida até hoje depende intimamente de processos químicos, sejam eles orgânicos ou inorgânicos. Sendo assim, vida, como conclusão, é energia. Se uma ligação de dois átomos inorgânicos gera ou gasta energia, isso já é vida, pois isso é capaz de produzir esta num certo momento, bastando que tudo esteja em ordem para que isto ocorra. O que somos é apenas consequência disso.

Leonardo Beraldo de Souza, Lucas Andrade Meireles, Marcel Pratavieira, Pedro Francisco de Mattos Moreno, Renan H. Biagiotto – 2º ano de Ciências Biológicas







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