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ARTIGOS: Automedicação, saúde, rémedios




Automedicação e os cuidados com a saúde

Automedicação é o uso de medicamentos sem um acompanhamento médico e infelizmente ela está muito mais presente na vida das pessoas do que se pode imaginar. Isso pode ser visto até mesmo como parte de uma cultura que se espalha não apenas no Brasil, mas também ao redor de todo o mundo também. Os princípios ativos mais utilizados e citados pelas pessoas são Dipirona Sódica, Paracetamol e Diclofenaco, que estão presentes em vários remédios de uso comum, como Dipirona, Neosaldina®, Anador®, Novalgina®, Dorflex®, Benegrip®; Aspirina®, Aspirina C®, Coristina D®; Paracetamol, Tylenol®, Bezerol®, Trimedal®; Eno®, Estomazil®; Cataflam®; Pasalix®; Roacutan®; Maalox Plus®.

Recentemente, uma recente resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicada em 27/07/2012 (ADC Nº 41), permitiu novamente a colocação de medicamentos de venda livre ao alcance do consumidor; porém, com um informe de alerta sobre o perigo da automedicação.

Há casos em que o uso inadequado de medicamentos resulta na resistência do paciente ao princípio ativo do remédio, fazendo com que ele não surta mais efeito e podendo trazer riscos a um tratamento futuro com o mesmo princípio. O uso incorreto de antibióticos pode gerar também seleção de vírus e bactérias mais resistentes no nosso organismo e torná-los imunes a essas drogas. Além disso, podem ocorrer reações adversas às drogas se não forem acompanhadas por um profissional, como intoxicação e hipersensibilidade.

Geralmente, a maior fonte de recomendação sobre o uso desses medicamentos são os próprios familiares e conhecidos das pessoas. Esta preferência provavelmente se deve graças à cultura, conhecimento popular, e à confiança nas pessoas próximas. A segunda opção das pessoas na busca por recomendações é o farmacêutico – indicando que a sugestão de medicação por esse profissional, mesmo sendo uma prática contra a lei, ainda é uma alternativa vista como viável, muito utilizada e motivada pela confiança em alguém entendido da área de saúde. Uma preocupação em relação a esse assunto é que, muitas vezes, quando perguntadas, as pessoas negam a prática da automedicação. Porém, quando explicado o seu significado, a resposta é geralemente um "sim", indicando que parte da população desconhece esse conceito. Esse termo é interpretado de forma equivocada e os sintomas de doenças consideradas mais graves são o fator limitante para a prática, ou seja, sintomas simples reafirmam a ideia de que não há necessidade de procurar um profissional.

Mas o que será que leva as pessoas a se automedicarem?

A maioria das pessoas cita a simplicidade da doença e a não necessidade da ida ao médico para tratamento ou aquisição de receita médica. Outros motivos são a disponibilidade de tempo no dia a dia, tempo de espera para conseguir um agendamento médico e, em menor escala, a falta de dinheiro para tanto. Além disso, a facilidade da compra de medicamentos, falta de confiança no médico, falta de informação sobre o diagnóstico e longa espera nos consultórios contribui pra prática.

Esses indicativos indicam a falta de compromisso do governo com a área da saúde, no quesito contratação de mais médicos e profissionais especializados (com salários equiparados à àrea privada), de melhores condições de trabalho e, principalmente à fiscalização da venda ilegal de remédios e à sua facilidade de compra. Ainda como complemento, falta melhor conscientização sobre os riscos do uso indiscriminado de remédios e do conhecimento a cerca dos sintomas, supostamente simples, de uma possível doença mais grave.

Referências Bibliográficas

ARRAIS, P.; COELHO, H.; BATISTA, M.; CARVALHO, M.; RIGHI, R.; ARNAU, J. Perfil da automedicação no Brasil. Revista de Saúde Pública, USP. São Paulo, v. 31, n.1, fev./1997. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v31n4/2212.pdf . Acesso em 20 de Agosto de 2012.

Caio Felipe Cavicchia Zamuner, Carolina Crepaldi, Fernando Cezar Marrara Bonfiglioli, Julio Tadao Hirata Yochikawa, Matheus Armelin Nogueira, Ciências Biológicas - UNESP Rio Claro







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