 
                    O professor Dr. José Carlos Marconato, presidente do comitê de ética ambiental
                            da Unesp de Rio Claro, defendeu a importância da retirada dos resíduos
                            químicos dos laboratórios da universidade. Foi fechado um contrato de remoção
                            dos lixos tóxicos na Unesp com duração de cinco anos e, em agosto desse
                            ano, será feita a primeira retirada. Nesse ano, ao contrário da remoção
                            feita há dois anos, serão retiradas, além dos lixos químicos, lâmpadas
                            fluorescentes, que contem mercúrio, substância prejudicial ao meio ambiente. 
                            
                            
Em 2009, foram retiradas cerca de 6 toneladas de resíduos químicos que
                            estavam estocados nos laboratórios da universidade, grande parte composta
                            por nitrilas, compostos orgânicos tóxicos, geradas nos laboratórios do
                            Centro de Estudos de Insetos Sociais - CEIS. “Os laboratórios estavam cheios
                            de resíduos e nunca havia sido feita uma remoção antes”, diz ele, e complementa
                            explicando que o que foi retirado em 2009 era apenas uma parcela do lixo
                            químico produzido até então, tendo sido grande parte descartada indevidamente.
                            
                            
 “Atualmente, a Cetesb é o órgão responsável pela fiscalização da
                            remoção do lixo tóxico, mas não é ela que faz essa retirada”, explica o
                            professor. “De acordo com a legislação, cada instituição é responsável
                            pelos seus próprios resíduos”, reforça. A empresa contratada que se encarregará
                            do gerenciamento dos resíduos no próximo mês é a AMBICAMP e o serviço não
                            será pago pela reitoria da Unesp como há dois anos, mas sim pelo Instituto
                            de Biociências - IB. 
                            
                            
Quando questionado sobre a toxicidade dos resíduos químicos, Marconato
                            responde que é variável. Muitos dos resíduos são tóxicos e não são armazenados
                            corretamente e, além disso, muitos são descartados na pia, com conseqüências
                            graves: “Essas substâncias podem atingir o solo e cursos d’água causando
                            danos irreversíveis ao meio ambiente”, explicou. A respeito da destinação
                            desses produtos, sabe-se que parte é incinerada, mas que substâncias, como
                            metais pesados, sofrem alguns processos e podem ser reaproveitadas. Resíduos
                            aquosos, em contrapartida, são armazenados de forma que permita a evaporação
                            da água para que as quantidades sejam diminuídas. 
                            
                            
Marconato diz ainda que no segundo semestre pretende-se percorrer
                            os laboratórios com o intuito de conscientizar as pessoas para que sejam
                            feitas mudanças na rotina durante a realização das pesquisas. Ele complementa
                            argumentando sobre a necessidade de rotulação dos frascos de descarte:
                            “Tem empresas que não estão querendo retirar descartes sem identificação
                            por que precisam de análises, que aumentam os custos dessas empresas”.
                            A falta de identificação ainda resulta no risco de o lixo tóxico ser descartado
                            junto ao lixo comum, podendo causar danos à saúde, já que podem substâncias
                            mutagênicas ou cancerígenas. 
                            
                            
“O trabalho conjunto é difícil de ser realizado”, diz. Em seguida, com
                            planos sobre os gastos com as retiradas de resíduos, o professor afirma
                            que logo todos os projetos deverão ter apreciação do comitê de ética ambiental.
                            Isso será estendido, além de tudo, a Trabalhos de conclusão de curso -
                            TCC e projetos de pós-graduação. E conclui: “Pretende-se que no futuro
                            cada docente pague pelos seus próprios resíduos”.