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ED. ESPECIAL 2013: Divulgação Científica e Extensão




A Web 2.0-A transformação do mundo da informação

Antes de entendermos o que é a “Web 2.0”, vamos olhar um pouco para a história da internet. A “world wide web” (rede mundial de computadores) começou a se tornar popular na década de 90. Com o surgimento de novas ideias e iniciativas, ela foi atingindo mais pessoas e apresentando mais funções.

O que antes era uma tecnologia de troca de dados para a guerra, tornou-se uma ferramenta interessante para universidades e centros de pesquisa compartilharem informações. Mais tarde, passou a ser um sistema de fluxo contínuo de informações pelo mundo, o que parecia muito conveniente para vários setores do mercado.

E foi. Só em 2010, o mercado eletrônico brasileiro movimentou mais de 25 bilhões de reais. Mas esse rápido crescimento e a expansão da internet não se restringiram às comunicações de governos, universidades e ao comércio.

Com o tempo, esse ambiente virtual deixou de ser um espaço onde coisas são publicadas e compartilhadas para ser também um espaço de produção. É nesse contexto que surge o termo “web 2.0”, em 2004. Apesar de sugerir uma atualização tecnológica, na verdade representa um novo modo de encarar essa tecnologia.

A internet, como a temos hoje, abriga inúmeras plataformas baseadas em “folksonomia”, wikis, mídia sociais e tecnologia da informação. Vamos olhar com mais atenção para cada um deles?

“Wiki”, de uma maneira geral, é um conjunto de páginas criadas e editadas coletivamente, interligadas entre si. O exemplo mais comum é a Wikipedia. Qualquer pessoa pode criar uma nova “entrada” nessa enciclopédia colaborativa, e outras pessoas podem fazer revisões e atualizações. Uma entrada pode redirecionar para várias outras através de links. A esse formato de textos interligados, chamamos de “hipertexto”, pois, na prática, esses conteúdos dificilmente encontram um fim; cada página te leva a outras páginas.

“Mídia Social” é uma plataforma interativa de difusão da informação. Imagine, por exemplo, que no domingo de manhã, você e seus vizinhos recebem o mesmo jornal, com as mesmas notícias, na mesma ordem, com os mesmos destaques, por parte de um mesmo editor. Isso seria uma mídia tradicional. Agora imagine que esse jornal chega um pouco mais cedo na sua casa. Então, você retira as notícias que não considera importantes, acrescenta novas informações, faz comentários e entrega para seu vizinho. Ele fará o mesmo e então passará esse jornal para outra pessoa. Assim funcionam as mídias sociais, numa dinâmica constante onde todos são produtores, editores e censores de conteúdos. Algumas mídias sociais têm enfoques nas relações pessoais (chamadas “redes sociais”), onde é possível compartilhar suas informações, fotos, opiniões e até mesmo informar em tempo real onde está e o que está fazendo. Um exemplo de rede social é o Facebook.

“Tecnologia da Informação”, ou simples-mente “T.I.”, é a área da informática relativa ao modo como se organizam e classificam as informações. Existem tantas aplicações para as T.I. que dificilmente uma definição conseguiria abranger todas elas. Compreendem desde sistemas para criação de bibliotecas virtuais até mesmo compilação de dados pessoais em redes para vender para o mercado de investimentos. As tecnologias da informação podem contribuir na criação de plataformas de livre comunicação, expandindo as liberdades individuais, mas também abrigam sistemas de monitoramento que podem acompanhar tudo o que você faz na internet.

Hoje em dia, não apenas levamos mais tecnologias à internet, mas também a internet a mais tecnologias. Ela já está em telefones celulares, computadores portáteis, aparelhos de televisão, eletrodomésticos e estruturas domiciliares em geral. Alguns fogões já podem buscar as receitas que você quer preparar na rede, e algumas geladeiras detectam quando algum produto está acabando e sugerem lojas virtuais onde você poderia encomendar mais, entregando diretamente na sua casa. Aqui no Brasil ainda é bastante incomum, mas chega-se ao ponto de você poder, pela internet, controlar sistemas automáticos da sua casa, abrindo janelas para circular o ar, aumentando a coleira de um cachorro para dar mais mobilidade a ele no quintal em determinadas horas do dia e até mesmo enviando mensagens para você em suas redes sociais caso algo estranho seja detectado (como um invasor). Indo ainda mais longe, câmeras em algumas cidades podem reconhecer seu rosto e buscar suas informações pessoais em bases de dados, e dependendo do aparelho que você portar, satélites podem informar sua localização com precisão de centímetros onde quer que esteja.

Um pouco assustador para alguns, mas sem dúvidas fascinante também. Já se especula que estamos entrando numa “realidade 2.0”, ou seja, um “mundo hipertextual”, onde tudo está interconectado e todas as informações estão interligadas.

Se os resultados serão positivos, é difícil avaliar. Isso dependerá de como nós nos portaremos frente a essas tecnologias. Por um lado, poderemos ter um mundo sem fronteiras para o conhecimento, onde toda informação será livre, ao acesso de todos, e a ciência será construída a partir de redes colaborativas, de modo que a tecnologia esteja sempre a serviço da humanidade e do bem comum. Por outro, podemos estar mergulhando sem saber num mundo onde tudo está sob controle de um “olho que tudo vê” e pequenos delitos socialmente aceitáveis, como o compartilhamento de músicas e livros digitais, levarão a polícia à sua porta em minutos.

A única coisa que sabemos até agora é que se pretendemos alcançar esse mundo mais livre e coletivo, devemos compreender essas tecnologias a fundo. Do contrário, isso poderá estar nas mãos de pessoas com interesses particulares, e seremos apenas retalhos de uma grande colcha de informação, mas sem agulha e linha nas mãos.

Há muitas ferramentas de internet que podem auxiliar seu grupo ou projeto a se organizar, divulgar informações e até mesmo acompanhar a participação de outras pessoas pela rede. Blogs, fóruns, páginas, ferramentas estatísticas, listas de e-mail, serviços de hospedagem e compartilhamento de arquivos, plataformas de criação/edição coletiva, programas para conferências virtuais, entre muitos outros. Já pensou em como você ou seu trabalho se inserem na “realidade 2.0”?

André Estevam; Jornal Biosferas.







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