Jornal Biosferas

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ED. ESPECIAL 2014: Divulgação Científica e Desenvolvimento Social




Clonagem ou Brotheragem?

Meu nome é Guilherme, tenho dezessete anos e sou irmão gêmeo da Letícia.

Por sermos de sexos diferentes, já anuncio que não somos idênticos! Muito pelo contrário! Somos divergentes na maioria dos aspectos. E é por isso que uma das coisas que mais me irrita em relação a este assunto é quando alguém, querendo ser legal, diz a célebre frase:

“- Vocês são gêmeos? Ah, eu sabia! São idênticos! Iguaizinhos! Clone um do outro!”

Agradeço a gentileza e até entendo que você quer se enturmar, mas não force os conceitos da Biologia para isso...

Veja bem: há diferenças entre um clone e irmãos gêmeos, como minha irmã e eu. Para serem considerados gêmeos fraternos (bivitelinos) é preciso que, ao término da ovulação, sejam liberados dois óvulos maduros/viáveis e que cada um deles seja fecundado por um espermatozoide. Sendo assim, acontece uma única gestação com, no mínimo, dois embriões. Diferentemente, os gêmeos idênticos (univitelinos), vem de um mesmo zigoto que se separa no desenvolvimento. Portanto, eles têm a mesma carga genética e são considerados clones naturais. Já um clone, por sua vez, é obtido do desenvolvimento de um óvulo cujo núcleo foi substituído pelo núcleo de uma célula já adulta não gamética. É a partir desse processo que se forma um embrião clonado.

Geneticamente, clones são cópias idênticas de outros seres e você, com isso, até pode pensar que eles teriam a mesma forma de pensar, de agir e de sentir (mais ou menos como as pessoas acham que acontece com os gêmeos...). Entretanto, há um fator chamado “meio” que promove diferenciações entre as pessoas – mesmo elas sendo clones ou gêmeas. É essa a beleza da Vida: nem eu – como irmão gêmeo da Letícia – nem os clones (sejam pessoas ou ovelhas!), somos idênticos “comportamentalmente” falando. Possuímos nossa própria maneira de pensar, agir, sentir... E essa singularidade é que faz de nós seres distintos. E assim (nos) amamos, (nos) suportamos, (nos) importamos. Por isso, é um equívoco muito forte chamar a gente de “idêntico” só por termos nascido no mesmo dia ou se tivéssemos o mesmo gene.

Então, você, antes de dizer que minha irmã e eu somos “clones” um do outro, lembre-se: Não é clonagem. É mais do que genética... É brotheragem!

Guilherme de Mello Silva; 3º ano do Ensino Médio - UNASP







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