Procurando aproximar a universidade e toda a comunidade Rio Clarense,
no dia 2 de setembro de 2012, foi realizado no Parque do Lago Azul a primeira
edição do Bio na Rua da Unesp Rio Claro. O evento, que ocorreu próximo
ao dia do biólogo (3 de setembro), contou com estandes que mostraram aos
visitantes diversas áreas de atuação da biologia e encerrou com a apresentação
da companhia de dança Éxciton.
O evento, uma iniciativa do Centro Acadêmico da Biologia (CAB), foi
organizado exclusivamente pelos alunos do curso, que puderam dividir o
conhecimento adquirido nas salas de aula com os outros moradores da cidade,
bem como mostrar alguns dos projetos de extensão nos quais eles podem participar
em conjunto. Como disse Marina Elisa de Oliveira, membro do CAB e da organização,
o Bio na Rua tem um papel importante também na formação dos estudantes,
pois ajuda a melhorar a didática, ensina a organizar eventos e eles passam
a ter mais amor naquilo que fazem. Apesar disso, os estudantes não puderam
contar com auxílio financeiro, patrocínio e foi difícil conseguir materiais
emprestados, como microscópios, lupas e materiais para exposição.
É importante mostrar que a ciência não se restringe ao ambiente de laboratório
e que a universidade não é inacessível. O PET Biologia, Programa de Educação
Tutorial, pode expor vários assuntos, como polinização e dispersão de frutos
e sementes por animais, reciclagem e reutilização de materiais e também
os processos de desenvolvimento do embrião humano. O projeto de extensão
Tomba-latas, que oferece amparo às organizações de cuidados de animais
abandonados, fez um trabalho de conscientização com os visitantes, além
de explicar as atividades feitas pelo projeto. Cassy Anne Rodrigues, integrante
do projeto e moradora de Rio Claro mesmo antes de ingressar na Unesp fala
a sua opinião sobre o evento: "As pessoas tem uma visão muito distorcida
dos estudantes, com certa razão, mas é legal mostrar o nosso trabalho pra
que eles mudem um pouco a visão que eles tem de nós".
As pessoas que tiveram a oportunidade de estar no local puderam aproveitar
para perguntar e tirar dúvidas sobre zoologia, ecologia, anatomia e até
mesmo empreendedorismo, com os alunos da empresa júnior da biologia. No
mural colocado para os visitantes, eles expressaram um pouco da experiência
que tiveram ali. As crianças queriam olhar na lupa, estavam com os olhos
brilhando e deixaram vários recados para os participantes do evento. "Em
especial, elas têm sede de conhecimento e é importante o ensino de assuntos
próximos ao dia a dia deles, como a questão da alimentação", mencionaram
as meninas do estande de botânica, que levaram frutas e verduras para a
exposição.
O encerramento no teatro do parque contou com a apresentação cultural
da Companhia Éxciton. O grupo, que dá aulas de dança gratuitas na Unesp,
pretende realizar um projeto de arte e educação e conseguiu mais visibilidade.
Yasmin Maccari, participante do projeto de extensão, disse achar importante
que os projetos de extensão sejam mais divulgados, mas que para a primeira
vez foi ótimo: "É importante sair da bolha, trazer isso de uma forma não
tão científica", completou.
Foi a primeira vez que o evento aconteceu na cidade e, apesar das dificuldades,
deu certo e há expectativas de fazer com que o evento seja anual.
O Centro Acadêmico conseguiu aproximar os ingressantes da discussão política
e eles conseguem enxergar melhor, agora na prática, o papel deles na sociedade.
Esse ano, o Bio na Rua será do dia 1 de setembro, mas ainda é preciso chamar
atenção de patrocínios grandes e conseguir mais apoio por parte da universidade
para que seja possível quebrar cada vez mais a barreira que vemos entre
a ciência e a comunidade.