Há 50 anos, dois cientistas chamados Watson e Crick propuseram um modelo
para a molécula do DNA. Esta molécula, presente em todas as células de
nosso corpo, armazena as informações necessárias para o desenvolvimento
de um organismo. Com o tempo as pesquisas abrangendo a molécula de DNA
passaram a envolver maneiras de modificá-la..
Alimentos transgênicos são aqueles que foram alterados geneticamente,
ou seja, em seu código genético foram acrescentados genes provenientes
de outros organismos. A ideia de criar organismos transgênicos teve inicio
na década de 1970 quando dois cientistas chamados Cohen e Boyer chegaram
a conclusão de que se um gene expressa uma proteína (sendo este gene de
qualquer organismo), ele poderia expressar esta mesma proteína se fosse
inserido em um organismo que não tivesse este gene.
No ano de 1980 foi aceita a patente do primeiro ser transgênico, uma bactéria
capaz de digerir petróleo derramado em acidentes. Em 1983, Zambryski et
al, conseguiu transferir alguns plasmídeos (moléculas circulares de DNA
que são capazes de replicar independentemente do DNA cromossômico) da bactéria
Agrobacterium tumefaciens, que causa uma doença chamada galha (estrutura
que surge em algumas regiões da planta, comparadas a tumores) para uma
planta de tabaco. Em estudos mais recentes, envolvendo plantas, pesquisadores
conseguiram transferir genes responsáveis por proporcionar resistência
a antibióticos, o que garantiu a produção de plantas geneticamente modificadas,
tais como: algodão e tomate.
Apesar de toda a controvérsia ao redor deste tema, pode-se atribuir tanto
pontos positivos, quanto negativos a esta técnica. Do ponto de vista
positivo a transgenia pode proporcionar ao agricultor uma redução de custos
em sua plantação, uma vez que plantas modificadas com resistência a insetos
necessitariam de uma menor quantidade de agrotóxicos. A utilização de uma
quantidade menor de agrotóxicos provocaria um impacto menor no meio ambiente.
Do ponto de vista negativo os produtores necessitam pagar uma taxa pela
patente para utilizarem as sementes de plantas transgênicas. Além disso,
deve-se considerar a possibilidade dessas plantas modificadas cruzarem
com outras plantas; ao inserir um novo gene na planta uma nova proteína
é codificada, algumas pessoas podem desenvolver alergias a estas substancias.
Ainda que haja benefícios envolvendo a transgenia, não se deve desconsiderar
a possibilidade de se desenvolver outras técnicas que permitam uma melhora
na produção agrícola.