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4. APLICAÇÕES |
Cerri (1990) apresenta as aplicações das Cartas Geológico-Geotécnicas, da seguinte forma:
Como subsídios à elaboração de projetos voltados ao planejamento e gerenciamento do uso e ocupação do solo
Como subsídios a estudos de impacto ambiental
Na restrição à ocupação de áreas de riscos geológicos
Na definição de locais mais adequados, dos cuidados e estudos específicos para implantação de obras de engenharia
Na melhor estimativa dos custos de implantação dos empreendimentos
No estabelecimento de critérios técnicos para eficientes sistemas de manutenção das obras de engenharia
Zuquette & Nakazawa (1998) destacam que as Cartas Geológico-Geotécnicas apresentam aplicação em dois grupos distintos:
Obras civis;
Planejamento urbano, territorial e ambiental, e desenvolvimento e conservação do meio ambiente.
OBRAS CIVIS |
As informações que as Cartas Geológico-Geotécnicas devem conter para aplicação em obra civis depende do tipo de obra (residências, barragens, etc) e da fase do projeto (Zuquette & Nakazawa, 1998).
Os documentos cartográficos devem apresentar características específicas (em geral a escala de trabalho), de acordo com a fase do projeto e de implatação de obras civis. Nesse contexto, as informações que os referidos documentos devem conter conforme a fase do projeto, são as seguintes segundo Zuquette & Nakazawa (1998):
Inventário: mapas ou cartas geotécnicos básicos, para avaliar as condições regionais em relação a obra civil em questão. A escala pode variar de 1:200.000 (no caso de obras longitudinais, como estradas) a 1:50.000 (obras mais localizadas, como barragens).
Viabilidade: os documentos cartográficos devem fornecer subsídios que permitam a seleção de locais ou posições mais favoráveis à implementação de uma obra civil, contendo informações sobre o comportamento dos componentes geológicos que podem influenciar a obra nas suas diferentes fases. As escalas mais adequadas variam de 1:100.000 a 1:20.000.
Avaliações Ambientais: são necessários documentos cartográficos com informações sobre investigações e estudos detalhados e específicos, com a finalidade de sanear dúvidas a respeito dos problemas ambientais. A escala varia de acordo com o tipo de obra e dos problemas ambientais detectados, sendo comum o intervalo entre 1:100.000 a 1:5.000.
Projeto Básico: as escalas podem ser muito variadas, dependendo do tipo de obra. Os documentos cartográficos devem considerar os seguintes aspectos para duas situações:
- dados geológicos-geotécnicos produzidos por investigação criteriosa e detalhada atendendo as premissas do pré-projeto.
- condicionantes definidos durante a fase de avaliações ambientais.
Projeto Executivo: os mapas e cartas devem conter as informações obtidas no início da obra e possibilitar um redirecionamento das diretrizes construtivas. As escalas variam de 1:10.000 a 1:500.
Manutenção e Monitoramento: os documentos cartográficos devem indicar os resultados e as modificações ocorridas, desde o início das atividades até a fase de desativação ou de definição e seleção de outra finalidade para o empreendimento, permitindo também análises quanto ao comportamento do meio físico e à avaliação dos impactos ambientais previstos. As escalas variam muito, porém é comum utilizar as maiores que 1:50.000.
Desativação e Continuidade de Uso: as cartas e mapas devem conter informações geológico-geotécnicas a respeito da área afetada pelo empreendimento em desativação, assim como todas as mudanças ocorridas e registradas na etapa de monitoramento e manutenção. As escalas podem variar de 1:100.000 (como exemplo, reservatório de uma barragem) até 1:5.000 (como o caso de áreas muito próximas ao dique de uma barragem).
PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE |
Para a aplicação no planejamento urbano, territorial e ambiental, e desenvolvimento e conservação do meio ambiente, as Cartas Geológico-Geotécnicas podem ser classificadas em diferentes aspectos, sendo que Zuquette (1993) apud Zuquette & Nakazawa (1998) destaca os seguintes:
Quanto ao Conteúdo:
- mapas fundamentais: documentos cartográficos que contem informações sobre diferentes aspectos do meio físico.
- cartas derivadas: cartas dirigidas a uma determinada finalidade, sendo elaboradas com base em um mapa fundamental.
- cartas interpretativas: elaborada pela análise interpretativa de atributos obtidos de diferentes mapas fundamentais.
Quanto à Finalidade:
- cartas para usos múltiplos: elaborada com a finalidade de atender a um grupo de objetivos, ou seja, para servir a diferentes usuários.
- cartas para usos específicos: tipos de cartas elaboradas para atender situações específicas ou especiais.
Na página a seguir veremos as principais sistemáticas internacionais de elaboração de Cartas Geológico-Geotécnicas