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GEODINÂMICA EXTERNA |
PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL |
INUNDAÇÃO |
A inundação constitui-se em um processo de extravasamento das águas de um curso d´água para áreas marginais, ou seja, ocorre quando o fluxo d´água é superior à capacidade de descarga do canal. Já a enchente refere-se ao acréscimo na descarga d´água por um determinado período (Infanti Jr & Fornasari Filho, 1998).
Um dos fatores que mais interferem na ocorrência de inundação é a quantidade e o tipo de vegetação existente na bacia de captação da drenagem. A vegetação apresenta o caráter de facilitar a infiltração das águas pluviais para o solo e diminuir a velocidade de escoamento superficial, reduzindo a quantidade de água no canal em um mesmo momento, e por conseqüência, diminuindo a possibilidade de ocorrência da inundação. Já a interferência antrópica através de obras que impermeabilização do solo e aumento da velocidade de escoamento, contribui para a ocorrência cada vez mais intensa de inundações (Infanti Jr & Fornasari Filho, 1998).
Para entendermos melhor o fenômeno das inundações é necessário conhecer a dinâmica fluvial. Neste contexto, são apresentadas algumas definições (Tricart, 1966 apud Infanti Jr & Fornasari Filho, 1998):
CHEIA: constitui as maiores vazões diárias ocorridas em cada ano, sem levar em consideração se causaram ou não inundação.
LEITO MENOR: leito definido pelos diques marginais, sendo que o escoamento de água é constante, impedindo o crescimento de vegetação.
LEITO DE VAZANTE: está encaixado no leito menor, acompanhando a linha de maior profundidade do leito (talvegue), sendo responsável pelo escoamento das águas na época de estiagem.
LEITO MAIOR: corresponde ao leito menor mais a planície de inundação, sendo ocupado nas épocas de inundações.
DIQUES MARGINAIS: constituem depósitos de crista baixas e alongadas acumulados ao longo das margens dos rios (Mendes, 1984).
TERRAÇO: superfície horizontal ou levemente inclinada limitada por declives no mesmo sentido, constituindo patamar de depósito sedimentar, modelado pela erosão fluvial, marinha ou lacustre (Guerra, 1975).
A figura a seguir ilustra as formas fluviais descritas.
Um outro conceito fundamental em estudos de inundação é o balanço hídrico. Tal conceito corresponde à análise comparativa entre as quantidades de águas que entram (precipitação) e saem (escoamento superficial, infiltração e evapotranspiração) do sistema escolhido (bacia ou micro-bacia hidrográfica), levando-se em conta as variações das reservas hídricas superficiais e subterrâneas, durante um determinado período de tempo, sendo usado freqüentemente o anual (Jorge & Uehara, 1998).
O termo vazão também é bastante usado nos estudo de inundação, sendo definido por Jorge & Uehara (1998) como "o volume de água escoado na unidade de tempo, em uma determinada seção do curso d´água, geralmente expressa em metros cúbicos por segundo (m³/s) ou em litros por segundo (l/s)".
A seguir podemos observar algumas fotos de inundações no Brasil, causando problemas sociais e econômicos (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).
A seguir abordaremos o tema subsidências e colapsos.