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Formação da Figura de Interferência:

Os raios de luz que atravessam o mineral no sistema consocópico, são divergentes e pode-se considerá-los formando várias superfícies cônicas concêntricas em relação ao eixo óptico do mineral, que estariam dispostas perpendicularmente à platina, conforme mostra a figura abaixo. Nesta figura, os raios que formam uma mesma superfície cônica como 2, 3, 4, etc ou 5, 6, 7, 8. 9 percorrem espessuras iguais do mineral. A disposição das diferentes superfícies é tal que aquelas que percorrem uma espessura maior no mineral estão mais inclinadas em relação ao eixo óptico ou mais afastadas do melatopo.

Legenda- Representação esquemática da formação da figura uniaxial de eixo óptico centrado. Um feixe convergente de luz incide na face inferior do mineral (Ponto O). Este feixe de luz, no interior do mineral passa a ter uma trajetória cônica divergente. Observe que Os pontos 2, 3 e 4 percorrem uma mesma distância no mineral e portanto estão contidos num mesmo cone de luz (ou linha isocromática). O mesmo pode ser dito para os raios 5, 6, 7, 8 e 9. No esquema, as direções E-W e N-S correspondem as direções dos polarizadores.

Como os raios contidos numa mesma superfície cônica percorrem uma mesma espessura, eles apresentam a mesma diferença de caminhamento (D ) e consequentemente apresentarão a mesma cor de interferência, formando uma linha isocromática. Ainda, como a espessura percorrida pelos raios de luz das superfícies cônicas aumenta do melatopo (onde D = 0) em direção às extremidades, as cores de interferência crescem de ordem neste sentido.

O lugar geométrico de igual diferença de caminhamento (
D ) dos raios que atravessam o mineral, é denominada de superfície de Bertin, como mostra a figura ao lado. Desta forma, as linhas isocromáticas que aparecem nas figuras de interferência podem ser consideradas como a intersecção destas superfícies de Bertin com um plano horizontal.

Legenda- Esquema das superfícies de Bertin, onde ocorre igual diferença de caminhamento para os minerais uniaxiais. Observe que à medida que as superfícies de Bertin se afastam do eixo óptico, as cores de interferência das linhas isocromáticas que elas representam também aumentam de D 1 para D 2 para D 3, etc.

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