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5. PRINCIPAIS SISTEMÁTICAS DE ELABORAÇÃO |
SISTEMÁTICA IPT |
A Sistemática do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) foi proposta nos trabalhos de Nakazawa et al. (1991) e por Prandini et al. (1995).
Essa metodologia foi elaborada a partir de trabalhos específicos realizados pela Divisão de Geologia do IPT em algumas cidades brasileiras, com a finalidade de resolver problemas relacionados ao meio físico. O objetivo era fornecer informações úteis aos interessados através da cartografia geotécnica, levando em conta prazos e custos de acordo com a necessidade e possibilidade dos clientes e usuários (Zuquette & Nakazawa, 1998).
Nakazawza et al. (1991) propõem uma sistemática de elaboração de Cartas Geológico-Geotécnicas que visa caracterizar fisiograficamente o meio físico, considerando o uso e ocupação do solo, a dinâmica dos processos naturais, os recursos disponíveis e os problemas encontrados, buscando identificar as causas e conseqüências dos problemas, através da litologia, pedologia, geologia física, entre outros aspectos.
Segundo Zuquette & Nakazawa (1998), a sistemática do IPT busca otimizar as relações entre os esforços de investigação, a qualidade e a utilidade da informação obtida. Assim, os fundamentos básicos dessa metodologia são os seguintes:
Iniciar os trabalhos a partir de problemas significativos do meio físico presentes no território, para posteriormente identificar suas condicionantes mapeáveis;
Integrar as formas de uso e ocupação aos processos do meio físico para determinar o desempenho dos terrenos;
Realizar coletas objetivas e orientadas de dados, com a finalidade de estabelecer unidades geológico-geotécnicas de mesmo comportamento, de modo que elas correspondam a distintas práticas e técnicas de prevenção e correção dos problemas identificados;
Superar o determinismo intrínseco aos conceitos de "aptidão", comumente empregados nas cartas geotécnicas, valendo-se de técnicas disponíveis para a maximização de opções plausíveis de uso do solo;
Elaborar cartas geotécnicas de caráter dinâmico, que permitam incorporar novos conhecimentos a respeito do meio físico e novas técnicas de uso e ocupação do solo.
Nesse contexto, são definidos 4 tipos de Cartas Geológico-Geotécnicas (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999):
CARTAS GEOTÉCNICAS (PROPRIAMENTE DITAS): expõem as limitações e potencialidades dos terrenos, estabelecendo as diretrizes de ocupação, frente às formas de uso do solo.
CARTAS DE ATRIBUTOS ou PARÂMETROS: apresentam a distribuição geográfica de características de interesse (atributos, parâmetros geotécnicos) a uma ou mais formas de uso e ocupação do solo.
CARTAS DE RISCOS GEOLÓGICOS: prepondera a avaliação de dano potencial à ocupação, frente a uma ou mais características ou fenômenos naturais ou induzidos pelo uso do solo.
CARTAS DE SUSCETIBILIDADE: informam sobre a possibilidade de ocorrência de um ou mais fenômenos geológicos e de comportamentos indesejáveis, pressupondo uma dada forma de uso do solo.
A seguir veremos as fases de elaboração de Cartas Geológico-Geotécnicas na Sistemática IPT.