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Figura de bissetriz aguda (BXA)

Um mineral biaxial cortado perpendicularmente a bissetriz do ângulo agudo formado pelos dois eixos ópticos, produz ao microscópio uma figura de interferência do tipo bissetriz aguda, como mostra a figura abaixo.

Legenda - Esquema da seção de um mineral cortado perpendicularmente a Bissetriz Aguda, esta figura é constituída de uma cruz escura como no caso dos minerais uniaxiais, mas com a rotação da platina, ela se desfaz em dois ramos escuros que se movem para quadrantes opostos. Observa-se no sistema conoscópico a formação de uma crua escura, parecida com a observada com a figura de eixo óptico centrada dos uniaxiais, contudo ela se desfaz com a rotação da platina. No sistema ortoscópico, quando esta barra esta paralela a um dos retículos norte- sul ou leste- oeste do microscópio estará em posição de extinção.

A posição da cruz é obtida quando o traço do plano óptico (que contém os dois eixos ópticos e as bissetrizes), for paralelo a um dos polarizadores norte-sul ou leste-oeste do microscópio petrográfico. Quando rotacionada em 45º, os centros dos dois ramos escuros, são os mélatopos e consequentemente, a reta que os une é o traço do plano óptico, e exatamente na metade deste segmento, está o ponto de emergência da bissetriz aguda (BXA). Ainda, o traço do plano óptico coincide com a BXO e perpendicularmente a ele, o eixo Y, como mostra a animação ao lado.

Legenda- A partir da posição de extinção (cruz), girando a platina em 45º, posição de máxima iluminação, a cruz se desfaz em dois braços na direção da BXO, perpendicularmente a esta direção está Y. Como trata-se da figura BXA, perpendicular a seção esta BXA. No sistema ortoscópico, a posição de cruz (A), representa o mineral em posição de extinção.

A distância entre os dois mélatopos é proporcional ao ângulo 2V. Quando este ângulo é muito grande , os ramos escuros saem do campo conoscópico.
A exemplo do que ocorre com as figuras de interferência uniaxial, raios de luz que percorrem uma mesma espessura no interior de um mineral biaxial também desenvolvem linhas isocromáticas, que contornam os mélatopos na figura de interferência com cores proporcionais a
D = e (N-n), conforme mostra a figura abaixo.

Legenda - Representação das linhas isocromáticas, na figura de interferência do tipo Bissetriz Aguda

Assim sendo, estas linhas se tornam mais evidentes quando a espessura ou a birrefringência é grande.
A superfície de Bertin dos minerais biaxiais, obtidas ligando todos os pontos no interior do mineral onde os raios apresentam igual diferença de caminhamento ou mesma cor de interferência (
D), mostram-se concêntricas em relação aos mélatopos, porem devido a posição, estas linhas se definem e se fundem adquirindo forma de halteres, conforme mostra a figura abaixo.

Legenda- Esquema das superfícies de Bertin (lugares de igual diferença de caminhamento) para os minerais biaxiais.

 

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