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Como determinar a fórmula pleocróica de um mineral biaxial:

Na prática, para determinar-se a fórmula pleocróica de um mineral biaxial deve-se primeiro ter em mente que em uma lâmina delgada, os cristais mostram-se sempre como planos que podem conter apenas dois índices de refração. Assim para determinar a fórmula pleocróica de um mineral biaxial, deveremos ter pelo menos duas de suas seções. Siga o seguinte roteiro:

  1. Determine a biaxialidade do mineral obtendo sua figura de interferência,
  2. Procure uma seção que não mude de cor com a rotação da platina. Cruze os nicóis e o mineral deverá permanecer extinto com a rotação da platina. Esta seção do mineral deverá fornecer uma figura de interferência biaxial do tipo eixo óptico. Observe então a cor natural desta seção. Ela corresponde a cor correspondente a direção "Y’’ ou ao índice de refração nb . Anote a cor observada
  3. Procure uma nova seção, agora que apresente a cor de interferência a mais alta possível entre as demais. Nesta seção, deverão estar contidos as direções X e Z da indicatriz ou respectivamente, os índices de refração mínimo (na ) e máximo do mineral (ng). Esta seção deverá fornecer uma figura de interferência biaxial do tipo normal óptica.
  4. Na seção anterior, determine a posição dos raios rápido e lento do mineral, que corresponderão respectivamente as direções X e Z do mineral.
  5. À nicóis descruzados, alinhe a direção de X de forma a ficar paralela à direção do polarizador inferior. Anote a cor observada, que corresponderá aquela de X.
  6. Ainda à nicóis descruzados, alinhe agora a direção de Z de forma a ficar paralela à direção do polarizador inferior. Anote a cor observada, que corresponderá aquela de Z.
  7. Compare agora a intensidade das cores e escreva a fórmula pleocróica, conforme o exemplo da piedemontita (um mineral do grupo do epidoto), cujo modelo óptico cristalográfico e o esquema observado no microscópio estão representados nas figuras abaixo

A Fórmula pleocróica da piedemontita é: X = amarelo  - absorção fraca, Y = rosa - absorção intermediária, Z = rosa avermelhado - absorção forte.
 

 

Legenda- Modelo óptico – cristalográfico e esquema observado no microscópio petrográfico de um cristal de piedemontita, onde: na = 1,745 a 1,758; nb = 1,764 a 1,789; ng = 1,806 a 1,832.

Deve-se ressaltar que os minerais isotrópicos não apresentam o fenômeno do pleocroísmo (são homogêneos opticamente, apresentam apenas um único índice de refração) assim como todas as seções perpendiculares aos eixos ópticos, sejam de minerais uniaxiais ou de minerais biaxiais, pois correspondem à seções circulares onde estão presentes apenas um único índice de refração: nb (no caso dos minerais biaxiais) ou nw (no caso dos minerais uniaxiais).

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