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GEODINÂMICA EXTERNA |
PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL |
MOVIMENTOS DE MASSA |
Movimentos de massa ocorrem basicamente quando as forças de tração, dadas pela gravidade atuando na declividade do terreno, superam as forças de resistências, principalmente as forças de atrito. A principal força de tração que causa movimentos de massas é a força de cisalhamento, quando esta supera o atrito, ocorre o movimento (Montgomery, 1992).
Os principais movimentos de massa existentes no Brasil são: rastejos, escorregamentos, movimento de blocos e corridas. Os referidos tipos de movimentos são definidos a seguir segundo Infanti Jr & Fornasari Filho (1998).
OBS: clique nas palavras sublinhadas para obter maiores informações.
RASTEJOS (Creep): movimento descendente, lento e contínuo da massa de solo de um talude, caracterizando uma deformação plástica, sem geometria e superfície de ruptura definidas. Ocorrem geralmente em horizontes superficiais de solo e de transição solo/rocha, como também em rochas alteradas e fraturadas.
ESCORREGAMENTOS (Slides): movimento rápido de massas do solo e/ou rocha, com volume bem definido, sendo que o centro de gravidade do material se desloca para baixo e para fora do talude, seja ele natural, de corte ou aterro. Esse processo está associado a ruptura de cisalhamento, devido ao aumento das forças de tensões ou a queda de resistência, em períodos relativamente curtos, podendo ser classificados de acordo com sua geometria e a natureza do material, da seguinte forma (clique nas palavras sublinhadas para obter maiores informações):
Escorregamentos Planares (Translacionais): em maciços rochosos o movimento é condicionado por estruturas geológicas planares, tais como: xistosidade, fraturamento, foliação, etc. Nas encostas serranas brasileiras são comuns escorregamentos planares de solo, com ruptura podendo ocorrer no contato com a rocha subjacente.
Escorregamentos Circulares (Rotacionais): apresenta superfície de deslizamento encurvada, correspondendo a movimento rotacional, segundo um eixo. Ocorre geralmente em aterros, pacotes de solo ou depósitos mais espessos, rochas sedimentares ou cristalinas intensamente fraturadas.
Escorregamentos em cunha: movimento ao longo de um eixo formado pela intersecção de estruturas planares em maciços rochosos, que desloca o material na forma de um prisma. São comuns em taludes de corte ou encostas que sofreram algum tipo de desconfinamento, natural ou antrópico.
MOVIMENTO DE BLOCOS: deslocamentos, por gravidade, de blocos de rocha, sendo divididos em 4 tipos básicos (clique nas palavras sublinhadas para obter maiores informações):
Queda de Blocos: blocos de rochas que se desprendem do maciço e se deslocam em queda livre encosta abaixo, podendo ocorrer em volumes e litologias diversas.
Tombamento de Blocos: movimento de rotação de blocos rochosos, condicionado por estruturas geológicas no maciço rochoso sub-verticais.
Rolamento de Blocos: movimento de blocos rochosos ao longo de encostas, que ocorre geralmente pela perda de apoio (descalçamento).
Desplacamento: movimento em queda livre ou por deslizamento de blocos rochosos, ao longo de superfícies estruturais (xistosidade, acamamento), que ocorre devido às variações térmicas ou por alívio de pressão.
CORRIDAS (Flow): movimentos gravitacionais na forma de escoamento rápido, envolvendo grandes volumes de materiais. Caracterizados pelas dinâmicas da mecânica dos sólidos e dos fluidos, pelo volume de material envolvido e pelo extenso raio de alcance que possuem, chegando até alguns quilômetros, apresentando alto potencial destrutivo.
Os mecanismos de geração de corridas de massa podem ser classificados quanto a origem da seguinte forma:
Considerando as características do material mobilizado, as corridas podem ser classificadas em 3 tipos básicos:
Corrida de Terra (earth flow): fluxo de solo com baixa quantidade de água, apresentando baixa velocidade relativa.
Corrida de Lama (mud flow): fluxo de solo com alto teor de água, apresentando média velocidade relativa e com alto poder destrutivo.
Corrida de Detritos (debris flow): material predominantemente grosseiro, constituído por blocos de rocha de vários tamanhos, apresentando um maior poder destrutivo.
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A seguir trataremos dos processos de assoreamento.