Mineralogia Óptica.html

Figura de eixo óptico não-centrado

Quando uma certa face do mineral seciona a indicatriz uniaxial de forma a não ser exatamente perpendicular ao eixo óptico, ou seja, se a elipse de intersecção produzida não é exatamente a seção circular, obtém-se uma figura de eixo óptico não centrado, como mostra a figura abaixo. Com isso, esses cristais observados ortoscopicamente não se mostrarão permanentemente extintos com a rotação da platina mas sim, com cores de interferência muito baixas, quase sempre cinza, pois na seção de corte, ou na elipse de intersecção haverá uma componente de E (ne’) associado a O (nw ).

Legenda- A figura de Eixo Óptico não Centrado, mostrando a relação da indicatriz com as faces do mineral e a disposição dos elementos ópticos na figura de interferência. Observe que o plano da figura de interferência, não corresponde a uma seção circular, mas sim um plano inclinado em relação a ela. Deve-se notar também, que boa parte da figura de interferência encontra-se fora do campo de visão conoscópico, inclusive o ponto de emergência do eixo óptico (denominado de melatopo) - M.

Deve-se observar que quanto maior for a inclinação do corte em relação à seção circular, mais afastado do centro da figura estará o melatopo, podendo inclusive, estar fora do campo de visão do microscópio, conforme mostra a figura abaixo.

Legenda- Representação animada de figuras de interferência do tipo eixo óptico. Na animação, a figura inicia na posição centrada, pois há uma seção paralela a seção circular. Nos casos seguintes isto não acontece. O plano da figura de interferência não corresponde as seções circulares. Observe que quanto maior for a inclinação do eixo óptico em relação a seção de corte, mais afastada do centro da figura de interferência se encontrará o melatopo. No último caso, a inclinação é grande o suficiente para que o melatopo fique fora do campo de visão conoscópico.

Com a rotação da platina do microscópio, o melatopo descreve uma trajetória circular em relação ao centro dos retículos, permanecendo os braços da cruz paralelos aos planos de vibração do polarizador e analisador, conforme procura mostrar a figura abaixo.

Legenda- Esquemas mostrando a disposição das isógiras de uma figura de eixo óptico descentrado com a rotação no sentido horário da platina (de I para IV), quando o melatopo se encontra fora do campo de visão conoscópico. NS e EW correspondem as direções dos retículos da ocular e das direções de vibração do polarizador e analisador.

voltar para o item anterior   voltar para o índice de mineralogia óptica.html   ir para o item seguinte