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da Bacia do Rio Corumbataí | |||||
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CONTAMINAÇÃO DE SOLOS Radionuclídeos e metais pesados em solos da Bacia do Rio Corumbataía) Principais Óxidos nos Perfis de Solos Tabela 1 – Principais óxidos (%) nos perfis de solo da bacia do Rio Corumbataí. 1Perda ao fogo Figura 1 – Distribuição em profundidade de Al2O3, Fe2O3 e TiO2 nos perfis de solo (7.1 – pág. 95) b) Metais Pesados e Flúor nos Perfis de Solos Tabela 2 – Metais pesados e flúor (ppm) nos perfis de solo da bacia do Rio Corumbataí. Figura 2 – Distribuição em profundidade dos metais pesados nos perfis de solo (7.2 – pág. 97) Tabela 3 – Média dos metais pesados em solos e concentração total considerada excessiva do ponto de vista de fitotoxidez. 1Malavolta (1994) 2Kabata-Pendias & Pendias (1984) Tabela 4 – Metais pesados (ppm) no açúcar produzido na bacia do Rio Corumbataí. c) Radionuclídeos nos Perfis de Solos Tabela 5 – Atividade dos radionuclídeos (Bq/kg) e razão de atividade 234U/238U, 226Ra/238U e 232Th/238U nos perfis de solo da bacia do Rio Corumbataí.
Figura 3 – Distribuição em profundidade dos radionuclídeos e razão de atividade (RA) nos perfis de solo (7.3 – pág. 101) Tabela 6 – Porcentagem de ocorrência de 238U e razão de atividade 234U/238U (RA) em diferentes fases nos solos da bacia do Rio Corumbata 1Cátions trocáveis Figura 4 – Porcentagem de 238U nas diferentes fases obtidas durante o processo de extração progressiva e seletiva em solos na bacia do Rio Corumbataí (7.4 – pág. 104) Figura 5 – Razão de atividade 234U/238U nas diferentes fases obtidas durante o processo de extração progressiva e seletiva em solos na bacia do Rio Corumbataí (7.5 – pág. 104) d) Radionuclídeos na Vegetação Tabela 7 – Atividade dos radionuclídeos e razão de atividade 234U/238U e 226Ra/238U nas amostras derivadas dos processos industriais relacionados com a usina de cana-de-açúcar. * em Bq/L
Figura 6 – Esquema da distribuição do 238U adicionado para os solos na bacia do Rio Corumbataí pela aplicação de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas (7.6 – pág. 107) e) Radionuclídeos no Açúcar Tabela 8 – Consumo anual médio de 238U, 234U, 226Ra e 232Th através do açúcar por um adulto correspondente a dose anual efetiva. 1ICRP (1996) f) Considerações Finais A falta ou baixa disponibilidade dos micro-nutrientes nos solos brasileiros se traduz em sintomas de deficiência e diminuição na produção de muitas culturas, tanto temporárias quanto perenes em todas as regiões. As culturas de cana-de-açúcar exigem uma adição anual de micro-nutrientes da ordem de 2,16 g de Cu e 5,76 g de Zn por tonelada produzida e considerando uma produção média de cana-de-açúcar de 80 ton/ha, então, a necessidade anual dessas culturas é de 172,8 e 460,8 g/ha de Cu e Zn, respectivamente. Fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas utilizados em plantações de cana-de-açúcar na bacia do Rio Corumbataí são responsáveis pela adição de apenas 75,2 e 114,9 g/ha de Cu e Zn, respectivamente, valores menores que os exigidos por essa cultura, o que torna indispensável o uso de outras fontes de micro-nutrientes (óxidos, ácidos, sais, quelatos). Assim, apesar de baixo, o uso de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas nas plantações de cana-de-açúcar na bacia do Rio Corumbataí é responsável pela adição de micro-nutrientes (metais pesados) que aumentam a produtividade da terra, contribuindo para a diminuição da necessidade de expandir a fronteira agrícola, aumento da relação custo/benefício, redução nos custos de produção, barateamento dos produtos agrícolas no mercado interno, maior competitividade dos produtos de exportação e melhoria na qualidade do produtos. A acumulação de metais pesados nos solos, como consequência do uso continuado de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas nas plantações de cana-de-açúcar na bacia do Rio Corumbataí é menor que o limite de tolerância permitido por ano no Brasil, e o tempo necessário de aplicações contínuas para atingir o máximo permitido por ano variou de 107 anos para o Cd até 1218 anos para o Zn. Com isso, pode-se concluir que os metais pesados e radionuclídeos contidos em fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas, se utilizados nas doses e modos recomendados, não elevam os teores desses elementos no solo e nas plantações de cana-de-açúcar a níveis indesejáveis em curto, médio ou longo prazo, ao contrário, esses produtos contribuem para a produção de alimentos, fibras e energia renovável. O aumento da entrada de metais pesados tóxicos (Cd e Pb) para as cadeias alimentares humanas não deve estar associado ao uso de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas (em escala mundial eles contribuem com menos que 1% da adição de metais pesados no solo), mas sim a outras fontes naturais (precipitação atmosférica e queima de carvão) e antrópicas (esgoto ou resíduos domésticos – lodos de estação de tratamento de esgoto ou industriais – galvanoplastia ou agrícolas – pesticidas). Em relação aos radionuclídeos, ficou claramente evidenciado uma maior taxa de exposição na região sul da bacia do Rio Corumbataí, local onde há aplicação de fertilizantes fosfatados, corretivos agrícolas e vinhaça em plantações de cana-de-açúcar. A atividade de 238U, 226Ra e 40K no perfil do solo coletado nesta região com aplicação de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas é maior que nos dois outro perfis, comprovando o aumento da atividade desses radionuclídeos nos solos da bacia do Rio Corumbataí onde há plantações de cana-de-açúcar nos últimos 35 anos. A quantidade adicionada de 238U representa apenas 1,9% da concentração normal de 238U em solos não perturbados e a estimativa da radiação adicional causada pela aplicação de fertilizantes fosfatados NPK e corretivos agrícolas é de apenas 1,6% da média mundial de exposição ao ar livre devido à radiação gama terrestre. Apesar desses baixos valores, anualmente, são acumulados nos solos onde há aplicação de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas cerca de 0,40 Bq de 238U por quilo de solo por ano. Hoje, após 35 anos de contínua aplicação destes produtos, esses solos já apresentam acúmulos de 238U da ordem 58% e possuem atividade próxima ao máximo observado para os solos não perturbados. Se essa aplicação continuar ocorrendo na faixa verificada atualmente, os solos continuarão a acumular 238U até atingirem altos valores de atividade, com possibilidade de aumentar a absorção de radionuclídeos pelas culturas de cana-de-açúcar e, consequentemente, pelo açúcar. Estudos enfocando a absorção de radionuclídeos deveriam ser realizados em outras culturas para avaliação das consequências da aplicação de fertilizantes fosfatados e corretivos agrícolas. Finalmente, não se constatou absorção de metais pesados tóxicos (Cd, Cr e Pb) no açúcar, a concentração de Cu, Ni e Zn neste produto foi baixa e a dose anualmente ingerida através de consumo de açúcar representou apenas 6% da dose efetiva anual estimada mundialmente para a ingestão de açúcar. Assim, o consumo de açúcar não oferece risco à saúde humana do ponto de vista dos metais pesados e radionuclídeos analisados, sendo essa conclusão importante em um sistema agrícola tradicionalmente com uma imagem "clara", como é o caso do Brasil. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CONCEIÇÃO, FT. Comportamento geoquímico de radionuclídeos e metais pesados em solos da bacia do Rio Corumbataí. Rio Claro. 2004. 128 p. Tese (Doutorado), IGCE-UNESP. |
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