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Ma 3.850 2.500 542 251
65,5

0

 EON Arqueano Proterozóico Fanerozóico
 ERA

Pré-Cambriano
(3.850 542 Ma)

Paleozóico Mesozóico Cenozóico
 PERÍODO   Permiano (299 – 251 Ma)   Cretáceo (145,5 – 65,5 Ma)   Quaternário (2,6 – 0 Ma)
  Carbonífero (359 – 299 Ma)
  Devoniano (416 – 359 Ma)   Jurássico (201,6 – 145,5 Ma)   Terciário

  Neogeno
   (23 – 2,6 Ma)

  Siluriano (444 – 416 Ma)
  Ordoviciano  (488 – 444 Ma)   Tríássico (251 – 201,6 Ma)

  Paleogeno
   (65,5 – 23 Ma)

  Cambriano (542 – 488 Ma)

Distribuído entre cerca de 360 e 280 milhões de anos atrás, o Carbonífero é marcado, nas áreas continentais, por intenso e conspícuo desenvolvimento de vegetais (especialmente licófitas, EsfenofitasPterófitas), que cobriram imensas regiões com luxuriantes florestas, várias delas providas de árvores com até 40 m de altura.

Os peixes primitivos, ostracodermos e placodermos, do Devoniano, haviam completamente desaparecido.

A paleoictiofauna marinha era dominada pelos peixes cartilaginosos (condríctios).

A paleoictiofauna de águas continentais, dominada pelos peixes ósseos (osteíctios), habitava pântanos, lagos e rios, onde se formavam os depósitos de carvão do Carbonífero.

Os anfíbios tornaram-se comuns, pela primeira vez, naqueles ambientes de águas continentais, onde se formavam carvões.

E em torno de 340 milhões de anos atrás ocorre o surgimento, no registro fóssil, dos primeiros amniotas, os répteis. O ovo amniótico conferiu aos répteis decisiva vantagem sobre os anfíbios, possibilitando seu domínio sobre o mundo, durante mais de 150 milhões de anos.

 

Licófitas

Lepidodendrales

Foram vegetais pteridofíticos que viveram do Devoniano ao Triássico. Mas seu clímax foi alcançado durante o Carbonífero, quando tiveram grande importância na flora euro-americana.

Atingiram alturas de 25 até 40 metros. Boa parte dos carvões desta época formaram-se às custas destes vegetais. Os cannel coal (carvões betuminosos) constituem-se quase exclusivamente de esporos de Lepidodendrales.

 

Lepidodendron

Vegetal licófito caracterizado por troncos cilíndricos, sempre providos de ramificações dicotômicas. Atingiam por vêzes grandes dimensões, entre 25 a 40 metros de altura.

Estes caules eram cobertos por cicatrizes de forma losangular, que eram locais de inserção de folhas. São as almofadas foliares.

Fragmento do caule de Lepidodendron aculeatum.

Reconstituição de Lepidodendron sp.

Sigillaria

Licófita de grande tamanho, com mais de 30 metros de altura e diâmetro de até 1 metro. Caracterizava-se por troncos colunares, apresentando escassa ramificação.

Os ramos terminavam em tufos de folhas alongadas, entre 30 e 60 centímetros de comprimento. As almofadas foliares eram usualmente hexagonais.

 

Fragmento do caule de Sigillaria scutellata.

Reconstituição de Sigillaria sp.

 

Esfenofitas

Os representantes mais antigos, deste grupo de vegetais pteridofíticos, datam do Devoniano.

Apresentam o caule articulado, isto é, dotado de nós e entrenós. O único sobrevivente recente é o gênero Equisetum, popularmente conhecido como "cavalinha"

 

Calamites

As calamitales foram esfenófitas arborescentes, que chegavam a atingir entre 20 até 30 metros de altura, em média. Entretanto era mais comum alcançarem apenas cerca de 6 metros.

Eram rizomáticas, além de dotadas de raízes adventícias. Calamites distribui-se do Neo-Carbonífero ao Neo-Permiano.

Calamites suckowi e Calamites undulatus.

Reconstituição de Calamites sp.

 

Sphenophyllum

Pequeno vegetal esfenofítico, que provavelmente formava densos tapetes no assoalho das florestas paludais do Carbonífero. Pois algumas espécies parecem ter tido hábito rastejante. Justificado pela presença de raízes adventícias, situadas nos nós.

As folhas eram pequenas e dispunhas-se em verticilos de 6 ou 9 elementos, as vezes mais. Os bordos eram denteados.

Sphenophyllum cuneifolium.

Reconstituição deSphenophyllum.

   







 
Sphenophyllum myriophyllum e Sphenophyllum majus.

 

Pterófitas

Filicíneas

Caracterizaram-se pelo grande desenvolvimento das frondes em relação ao caule, e esporângios localizados sob estas folhas.

Neuropteris heterophylla.

Neuropteris sp.

 

1. Asterotheca aspidioides

2. Dactyolotheca plumosa

3. Acitheca plymorpha

4. Pecopteris arborecens

 

 

Anfíbios

Apogeu dos anfíbios: Carbonífero

 Anfíbios ocorrem em grandes quantidades por todo o Carbonífero, mas declinaram durante o Permiano, com a irradiação evolutiva dos amniotas.

Durante o limite Permiano \ Triássico desapareceram vários grupos de anfíbios. Cerca de 75% dos grupos permianos desapareceram no final deste período.

Os anfíbios que dominaram no Carbonífero chamavam-se labirintodontes. Possuíam hábito de vida próximo das margens de rios e lagos. O nome deriva da morfologia dos dentes.

Há proximidade morfológica entre os dentes dos crossopterígios (peixes) e dos descendentes anfíbios carbo-permianos.

Na passagem anfíbio para réptil temos a aquisição do ovo amniótico, com casca dura e colocado em terra firme.

O ovo amniótico pode ter vindo à terra antes do amniota adulto. Desenvolvido como expediente contra predadores aquáticos, e contra possíveis estiagens durante o desenvolvimento embrionário.

 

O ovo amniótico

A conquista dos ambientes continentais terrestres

Poucos anfíbios dominaram completamente as dificuldades da vida em terra. Suas larvas são normalmente aquáticas. A verdadeira chave, para o êxito em ambientes continentais terrestres, foi o desenvolvimento do ovo amniótico.

O aparecimento deste tipo de ovo libertou os tetrápodos da necessidade de água para procriar.

O ovo dos répteisaves e mamíferos monotremados parece ilusoriamente simples. No entanto, é responsável pelo suprimento alimentar do embrião em desenvolvimento e por sua proteção contra danos e dessecação. Ao mesmo tempo possibilita obter oxigênio, e desfazer-se dos produtos de desassimilação. Estas funções são levadas a cabo por uma série de membranas embrionárias e pela casca.

A larva dos anfíbios começa a se alimentar em um estágio prematuro. Nos amniotas ela permanece tempo mais longo dentro do ovo, alimentando-se da grande reserva alimentar constituída pelo vitelo (gema).

O vitelo (gema) é cercado por uma membrana, atravessada por abundante rede de vasos sanguíneos, que transporta o material alimentar ao embrião, na medida em que este o necessite.

A rígida casca do ovo fornece a sustentação necessária para o embrião em desenvolvimento e a massa de vitelo.

Poros especiais na casca permitem a passagem de oxigênio, assimilado e transportado ao embrião, por meio de vasos sanguíneos de uma membrana, chamada córion, situada logo abaixo da casca.

Outra membrana, o âmnion, encerra o embrião em um saco de líquido, evitando compressão contra a casca ou submersão no vitelo (gema).

O embrião também necessita de água, fornecida pelo albumen, ou “clara”, do ovo.

Por fim, a longa permanência no interior do ovo significa que o embrião acumulará grande quantidade de produtos não aproveitados. Se não fossem retirados, intoxicariam o embrião. Estes excretas são armazenados em outra membrana, a alantóide.

A alantóide, e os produtos não aproveitados encerrados, são deixados para trás, quando o jovem réptil sai da casca.

A casca, e estas finas membranas, tornam possível, para o embrião de réptil, levar adiante todos os processos essenciais do início da vida.

Ele é então capaz de emergir da protetora casca do ovo, em um avançado estágio de desenvolvimento, relativamente apto para cuidar de si mesmo.

ovo amniótico conferiu aos répteis decisiva vantagem sobre os anfíbios, possibilitando seu domínio sobre o Planeta, durante mais de 150 milhões de anos, até o final do Cretáceo.

Modelo de ovo amniótico.

 

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Campus de Rio Claro

Instituto de Geociências e Ciências Exatas
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA APLICADA