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Distribuído entre
cerca de 360 e 280 milhões de anos atrás, o Carbonífero é
marcado, nas áreas continentais, por intenso e conspícuo
desenvolvimento de vegetais (especialmente licófitas,
Esfenofitas, Pterófitas),
que cobriram imensas regiões com luxuriantes florestas,
várias delas providas de árvores com até 40 m de altura.
Os peixes primitivos, ostracodermos e placodermos,
do Devoniano, haviam completamente desaparecido.
A paleoictiofauna
marinha era dominada pelos peixes cartilaginosos (condríctios).
A paleoictiofauna de
águas continentais, dominada pelos peixes ósseos (osteíctios),
habitava pântanos, lagos e rios, onde se formavam os
depósitos de carvão do Carbonífero.
Os anfíbios tornaram-se
comuns, pela primeira vez, naqueles ambientes de águas
continentais, onde se formavam carvões.
E em torno de 340
milhões de anos atrás ocorre o surgimento, no registro
fóssil, dos primeiros amniotas, os répteis. O ovo
amniótico conferiu aos répteis decisiva vantagem
sobre os anfíbios, possibilitando seu domínio sobre o mundo,
durante mais de 150 milhões de anos.
Licófitas
Lepidodendrales
Foram vegetais
pteridofíticos que
viveram do Devoniano ao Triássico.
Mas seu clímax foi alcançado durante o Carbonífero, quando
tiveram grande importância na flora euro-americana.
Atingiram alturas de 25 até 40 metros. Boa parte dos carvões desta época formaram-se às custas destes
vegetais. Os cannel coal (carvões
betuminosos) constituem-se quase exclusivamente de esporos de
Lepidodendrales.
Lepidodendron
Vegetal licófito caracterizado
por troncos cilíndricos, sempre providos de ramificações
dicotômicas. Atingiam por vêzes grandes dimensões, entre 25 a 40
metros de altura.
Estes caules eram cobertos por cicatrizes de forma losangular,
que eram locais de inserção de folhas. São as almofadas
foliares.
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Fragmento do caule de
Lepidodendron aculeatum. |
Reconstituição de
Lepidodendron sp. |
Sigillaria
Licófita de grande tamanho, com mais de 30 metros de
altura e diâmetro de até 1 metro. Caracterizava-se por troncos colunares, apresentando escassa ramificação.
Os ramos terminavam em tufos de folhas alongadas, entre 30 e 60
centímetros de comprimento. As almofadas foliares eram usualmente
hexagonais.
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Fragmento do
caule de Sigillaria scutellata. |
Reconstituição
de Sigillaria sp. |
Esfenofitas
Os representantes mais antigos, deste grupo
de vegetais
pteridofíticos, datam do Devoniano.
Apresentam o caule articulado, isto é, dotado
de nós e entrenós. O único sobrevivente recente é o gênero Equisetum,
popularmente conhecido como "cavalinha"
Calamites
As calamitales foram esfenófitas
arborescentes, que chegavam a atingir entre 20 até 30 metros de
altura, em média. Entretanto era mais comum alcançarem apenas
cerca de 6 metros.
Eram rizomáticas, além de dotadas de raízes
adventícias. Calamites distribui-se do Neo-Carbonífero ao
Neo-Permiano.
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Calamites
suckowi e Calamites undulatus. |
Reconstituição
de Calamites sp. |
Sphenophyllum
Pequeno vegetal
esfenofítico,
que provavelmente formava densos tapetes no assoalho das florestas
paludais do
Carbonífero. Pois algumas espécies parecem
ter tido hábito rastejante. Justificado pela presença de raízes
adventícias, situadas nos nós.
As folhas eram pequenas e dispunhas-se
em verticilos de 6 ou 9 elementos, as vezes mais. Os bordos eram
denteados.
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Sphenophyllum
cuneifolium.
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Reconstituição deSphenophyllum. |
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Sphenophyllum
myriophyllum e Sphenophyllum majus.
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Pterófitas
Filicíneas
Caracterizaram-se pelo grande
desenvolvimento das frondes em relação ao caule, e esporângios
localizados sob estas folhas.
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Neuropteris heterophylla. |
Neuropteris sp. |
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1. Asterotheca aspidioides
2. Dactyolotheca plumosa
3. Acitheca plymorpha
4. Pecopteris arborecens
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Anfíbios
Apogeu dos anfíbios: Carbonífero
Anfíbios
ocorrem em grandes quantidades por todo o Carbonífero, mas
declinaram durante o Permiano, com a irradiação evolutiva dos
amniotas.
Durante o limite Permiano \ Triássico
desapareceram vários grupos de anfíbios. Cerca de 75% dos grupos
permianos desapareceram no final deste período.
Os anfíbios que dominaram no Carbonífero
chamavam-se labirintodontes. Possuíam hábito de vida próximo
das margens de rios e lagos. O nome deriva da morfologia dos dentes.
Há proximidade morfológica entre os dentes dos
crossopterígios (peixes) e dos descendentes anfíbios
carbo-permianos.
Na passagem
anfíbio para réptil temos a aquisição do ovo
amniótico, com casca dura e colocado em terra firme.
O ovo amniótico pode ter vindo à terra antes do
amniota adulto. Desenvolvido como expediente contra predadores
aquáticos, e contra possíveis estiagens durante o desenvolvimento
embrionário.
O ovo
amniótico
A
conquista dos ambientes continentais terrestres
Poucos anfíbios dominaram completamente as dificuldades da
vida em terra. Suas larvas são normalmente aquáticas. A verdadeira
chave, para o êxito em ambientes continentais terrestres, foi o
desenvolvimento do ovo amniótico.
O aparecimento deste tipo de ovo libertou os tetrápodos da
necessidade de água para procriar.
O ovo dos répteis, aves e mamíferos monotremados parece
ilusoriamente simples. No entanto, é responsável pelo suprimento
alimentar do embrião em desenvolvimento e por sua proteção contra
danos e dessecação. Ao mesmo tempo possibilita obter oxigênio, e
desfazer-se dos produtos de desassimilação. Estas funções são
levadas a cabo por uma série de membranas embrionárias e pela casca.
A larva dos anfíbios começa a se alimentar em um estágio
prematuro. Nos amniotas ela permanece tempo mais longo dentro
do ovo, alimentando-se da grande reserva alimentar constituída pelo
vitelo (gema).
O vitelo (gema) é cercado por uma membrana, atravessada por
abundante rede de vasos sanguíneos, que transporta o material
alimentar ao embrião, na medida em que este o necessite.
A rígida casca do ovo fornece a sustentação necessária para o
embrião em desenvolvimento e a massa de vitelo.
Poros especiais na casca permitem a passagem de oxigênio, assimilado
e transportado ao embrião, por meio de vasos sanguíneos de uma
membrana, chamada córion, situada logo abaixo da casca.
Outra membrana, o âmnion, encerra o embrião em um saco de líquido,
evitando compressão contra a casca ou submersão no vitelo (gema).
O embrião também necessita de água, fornecida pelo albumen, ou
“clara”, do ovo.
Por fim, a longa permanência no interior do ovo significa que o
embrião acumulará grande quantidade de produtos não aproveitados. Se
não fossem retirados, intoxicariam o embrião. Estes excretas são
armazenados em outra membrana, a alantóide.
A alantóide, e os produtos não aproveitados encerrados, são deixados
para trás, quando o jovem réptil sai da casca.
A casca, e estas finas membranas, tornam possível, para o embrião de réptil,
levar adiante todos os processos essenciais do início da vida.
Ele é então capaz de emergir da protetora casca do ovo, em um
avançado estágio de desenvolvimento, relativamente apto para cuidar
de si mesmo.
O ovo amniótico conferiu aos répteis decisiva vantagem
sobre os anfíbios, possibilitando seu domínio sobre o
Planeta, durante mais de 150 milhões de anos, até o final do Cretáceo.
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Modelo de ovo amniótico. |
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